Eu falei da invisibilidade do
novo autor na Bienal de Minas há alguns dias. Não consegui aceitar os autores
quase na saída da Expominas e o movimento todo concentrado nas grandes
livrarias.
Talvez eu ainda questione nossa
posição por ser minha primeira participação num estande como autora
independente. Alguns que já participaram de outras edições já aceitaram o fato
de que não adianta reclamar, pois não traz resultados. Então, vamos continuar
sem sinalização na feira e o leitor vai passar por nós e perguntar: “Ei, o que
são esses nomes nos estandes?” E dá-lhe explicação...
Ok! Eu amo livros e sempre
gostei de livrarias. Mas livrarias estão em toda parte. O mesmo não acontece
com os autores que conheci na Bienal. Pessoas cheias de histórias para contar,
determinados em publicar e apresentar seus trabalhos. Em sua maioria eles são
movidos pela paixão. E dali não sai nenhum lucro, acreditem.
Lamentável não é só a falta de
uma publicidade sobre nossa presença na Feira de Livros. Mais triste é ver que
os leitores andam, em sua maioria, completamente desinteressados de conhecer os
novos nacionais.
Alisson Souza de Sá, vindo de
Maceió para auxiliar uma das escritoras independentes, diga-se de passagem, muito
simpática e talentosa, estava perplexo com o comportamento desinteressado de
grande parte do público e assim me transcreveu sua experiência:
Uma garota de 16 anos, após ser
abordada sobre o seu gosto por Literatura Nacional, refletiu: “Literatura
Nacional é uma bosta, não há criatividade”.
Ele, chocado, respondeu: Todos
aqui nesta área são autores independentes com histórias emocionantes e
nacionais.
E ela: “Nenhum presta!”
E Ele: “Como você sabe se não
parou para ler?”
Ela: “Não perco o meu tempo.”
Ele sugeriu que ela tentasse e
degustasse um livro e depois emitisse sua opinião.
Infelizmente, a verdade é que
muitas pessoas pensam como ela. O problema é que a leitura não é um hábito dos brasileiros
como um todo. Então a crítica nasce de um profundo preconceito e um completo
desconhecimento acerca do que se fala. Porque há novos nacionais
apaixonantes. E mais uma vez lamento que
nossa sociedade não valorize a literatura emergente e a cultura local.
Eu estive na Bienal e infelizmente não fui ao seu estande. Como você disse, estava mesmo na saída e eu fiquei pouco tempo no espaço. Sabe Bruna, eu fico profundamente triste quando ouço isto. Já vi muita leitora dizer que as autoras nacionais são péssimas, que só copiam as estrangeiras. Vivemos em um País marcado por uma colonização trágica, onde a tendência a valorizar o de fora é comum. Acredito na nossa escrita, no amor, nas nossas raízes e ainda acho que somente por meio da união legítima e verdadeira poderíamos mudar este cenário. Conte comigo.
ResponderExcluirBeijos
Sim, Valentina, é o que eu acho. precisamos nos unir. Sempre disse que novos autores leem e divulgam novos autores. É muito preconceito. As pessoas são resistentes ao novo. E para as empresas envolvidas neste tipo de evento o que conta é só o lucro.
ResponderExcluirEu fiquei muito triste de perceber na Bienal que, mesmo com muito espaço disponível, dedicaram pouco dele aos autores nacionais. Sejamos francos, tinha lugar lá perto dos autores que estava vazio, mas ainda assim deixaram vocês em espaços minúsculos e pouco chamativos. As pessoas era muito mais atraídas pelas placas gigantescas e atrações das grandes editoras, e perdiam a oportunidade de ouro de bater um papo com nossos talentos por puro preconceito. Andei muito pelos estandes de autores nacionais e, mesmo não tendo condições de comprar tudo que me interessou, foi uma experiência muito mais enriquecedora.
ResponderExcluirIsso é porque você é uma leitora e aí existe todo um diferencial, um olhar mais sensível e questionador. Infelizmente, precisamos urgentemente de mais consciência literária e mais leitores no Brasil.
ResponderExcluir