Impossível: você acredita que nós determinamos nossa capacidade de realização?
Nunca gostei de atitudes comodistas e desistentes. De pessoas que se conformam em não conseguir. Não tentam por medo de falhar ou de se expor. Sabe aquele discurso:
— Ah, você fala assim, porque tem facilidade. Já eu, não tenho tempo nem condição. A verdade é que não dá.
Ih! Ouvi isso em tantas situações... A verdade é que existem caminhos para todos. Oportunidades para todos. E não importa quão difícil esteja sua vida neste momento. Em qualquer profissão ou ideal, o que importa é se você quer e o que você faz para realizar o seu querer.
Quanto está disposto a se expor, a investir, a perseguir? Porque se quer, pode e consegue. Consegue porque faz acontecer. A vida responde quando somos determinados e direcionamos nossas ações para atingir um objetivo.
Mas, claro, passamos por muitos obstáculos e podemos trilhar percursos longos e tortuosos. E caímos. Caímos e levantamos, levantamos e quando a gente pensa que está quase lá, vem outro tombo. Um tombo daqueles! Milagrosamente, levantamos de novo.
No momento em que você se sente cansado, frustrado, alguém certamente vai querer te derrubar. Uma observação maldosa, irônica, uma crítica injusta, a pressão de quem amamos, de nossos familiares, a limitação financeira e tantos outros fatores negativos.
A surpresa é que lá no fundo, alguma coisa te leva a resistir e reagir. Como se uma voz sussurrasse constantemente: — Não desista. O que realmente tem significado, não vem com facilidade. Não mesmo.
Desde que comecei a publicar meus textos, sempre recebi muitos e-mails de novos autores. Felizmente, conheço hoje o trabalho de muitos deles também. Alguns, se tornaram especiais para mim. Outros, com quem troquei somente algumas mensagens, buscavam respostas: eu queria publicar um livro, sempre quis, mas não tenho cinco ou seis mil para investir agora. O que posso fazer?
Seria bom se nosso livro caminhasse sozinho, escolhesse a própria editora e batesse em nossa porta lindo e encadernado, apresentando ótimos resultados. Algo assim, só mesmo no mundo centuriano... rs.
No mundo real, são nossas opções:
— Procurar as editoras que publicam nosso gênero, enviar o material e cruzar os dedos. Quem está no meio, sabe como a espera pode ser longa e a resposta inexistente;
— Publicar independentemente. Se não pode investir muito, comece por pequenas tiragens, pela impressão por demanda. Gosto de indicar pequenas tiragens porque o autor pode ter uma noção do que é publicar por conta própria, não investe muito e, além disso, verifica o que publicou, pode alterar e melhorar na segunda tiragem, verificar a opinião dos leitores e desenhar seus próximos passos. Além disso, fica mais fácil obter retorno do que investiu. Claro que nenhum novo autor vende um livro facilmente, então, seja paciente. Muito paciente. E, principalmente, positivo.
Para qualquer um de nós, alguns questionamentos são fundamentais:
•Acredito no que faço?
•Meu texto está coerente?
•Sou um bom leitor? Porque se não gosto de ler, dificilmente escrevo bem.
•Tenho interesse em conhecer o trabalho de quem (assim como eu) está começando?
•Revisei meu texto devidamente?
•O que são direitos autorais? Meu trabalho está protegido? Respeito o trabalho dos outros autores?
Uma dica: se não se sente apto a fazer uma boa revisão, contrate um profissional. Sou revisora de texto e também valorizo outra opinião em relação aos meus livros, porque por estar envolvida emocionalmente com a obra, algum deslize pode passar despercebido.
Somos humanos, errar faz parte de nossa natureza. Temos que aceitar que podemos falhar, porém, erros substanciais comprometem nosso original. Por exemplo: você insere um determinado acontecimento no livro e nunca mais dá sequência, fica uma interrogação e o leitor se frustra. Também podemos cair em contradição e por aí vai.
Alguns erros gramaticais alteram completamente o sentido do texto. Enfim, se enviamos um original confuso e truncado para uma editora, por mais criativo que seja, ele corre um grande risco de ser descartado.
Anote aí: Quando um original é recusado e falo por experiencia própria, não significa que ele foi necessariamente analisado. É o que acontece quando escrevemos um romance e enviamos para uma editora que tem o gênero no catálogo, meses depois, vem aquela velha frase: infelizmente, seu original não se enquadra em nossa linha editorial. Hum... como assim?
Por isso, não leve a recusa como uma ofensa, uma desculpa para desistir ou se vitimizar. Continue tentando.
Seja crítico com o que faz. Não excessivamente, é que um escritor precisa se avaliar e aceitar as diferentes opiniões. No meu caso, dicas são sempre bem-vindas. Se vou incorporá-las ou não, aí é outra coisa.
Se ouço críticas sobre o meu estilo? Sim. Não vou ser hipócrita e dizer que amei. Até porque, tem gente que fala coisas que não tem nada a ver. O fato é que críticas fazem parte. Às vezes são úteis, outras, completamente inúteis.
Nossa única certeza é que precisamos ler cada vez mais, estudar e ter humildade para saber que, na realidade, sabemos tão pouco ou quase nada.
E no vendaval que o autor iniciante enfrenta, o que nos leva a continuar? O leitor. Quem espera sua nova publicação, quem realmente vibra com suas histórias, quem as comenta. É muito bom causar emoção, discussão, reflexão. E um sorriso? Nossa, é tudo de bom. A gente entende que vale a pena continuar, se aprimorar.
Sempre indico dois clássicos para autores iniciantes: Cartas a um Jovem Poeta (Rainer Maria Rilke) e A Arte de Escrever (Arthur Schopenhauer).
Arthur Schopenhauer, ao abordar a escrita e o estilo na “arte de escrever”, fala de autores que escrevem por escrever, para encher papel, daí a razão de sua escrita não ter precisão nem clareza. Para o autor:
“A língua é uma obra de arte e deve ser considerada como tal, portanto objetivamente, assim, tudo o que é expresso nela deve seguir regras e corresponder à sua intenção; em cada frase, é preciso que se comprove o que deve ser dito como algo que objetivamente se encontra ali. Desse modo, não se deve considerar a língua apenas subjetivamente e, assim, expressar-se de modo precário, na esperança de que outro venha a adivinhar o que quer dizer, como fazem aqueles que não designam o caso, expressam todos os pretéritos por meio do imperfeito, deixando de lado os prefixos etc.” (SCHOPENHAUER, 2009, p.55;124)
O objetivo não é acentuar um preciosismo exagerado para a escrita. Em meu TCC de Revisão de Texto, concluí:
Não é que o escritor deva se tornar obcecado pela norma culta. A excessiva preocupação com o que se escreve pode censurar a criatividade, tornando a redação pedante e rebuscada. Um dom não deve nem pode ser tolhido. O que se busca é aprimorar o talento. Rever o que escrevemos evita falhas no corpo do texto, facilita a apresentação de um original, atribui sentido ao que se redigiu. Enfim, escrever envolve técnica e dedicação.
Feitas algumas ponderações sobre publicação e conteúdo, vamos ao que interessa: aliar determinação e dedicação. Vontade e viabilidade. Procure todas as alternativas e ferramentas ao seu alcance. Pergunte sim. Tente interagir com os colegas, usufrua dos muitos meios que hoje temos para levar nossa arte ao leitor. Acima de tudo, nunca abra mão dos seus sonhos. Se a vocação existe, escrever é uma necessidade e essa necessidade que nem todo mundo entende, é o combustível para sua motivação. Quem vive frustrado e com medo, ainda não descobriu o que é realmente viver. E o tempo é tão breve... Seu manuscrito está mofando? Ora, vá em frente! Publique seu livro, persiga seu sonho. Não atribua a ninguém a responsabilidade sobre sua vida, sobre suas ações.
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Sincero, motivador, realista e verdadeiro o seu texto, Bruna. É muito bom saber de quem já escreveu e publicou. Obrigada pela partilha. Um grande beijo, boa tarde :)
ResponderExcluirQuerida, eu estou mesmo precisando deste incentivo. As vezes tenho vergonha de postar algum poema meu...acho que não está bom, etc...
ResponderExcluirPreciso vencer esta insegurança.
Quanto ao livro eu já comecei a escrever e tive que parar por pura falta de tempo. Mas este ano me formo e ano que vem, sem falta vou escrevê-lo.
Obrigada pelo incentivo.
Seu blog está lindo como sempre...
bjussss
Adorei o texto. Cada linha.
ResponderExcluirFaz refletir, e muito.
Lê-lo só reafirma que não estou sozinha na minha luta e, em se tratando de tentar uma cerreira literária, é primordial ser Poliana...´
Uma ótima semana Bruna.
Um ótimo texto Bruna, parabéns!
ResponderExcluirComo autor iniciante me encaixo em algumas inseguranças presentes no texto.
Acho muito importante o apoio de outros autores e também a dedicação de cada um de nós para tornar nossos sonhos reais.
Um Abraço.
Bruna passei para conhecer seu blog ele é not°10, show, espetacular com excelente conteúdo você fez um ótimo trabalho desejo muito sucesso em sua caminhada e objetivo no seu Hiper blog e que DEUS ilumine seus caminhos e da sua família
ResponderExcluirUm grande abraço e tudo de bom