15 novembro 2012

AUTOPUBLICAÇÃO

Faz poucas horas que li um artigo com o seguinte título: "escritores não devem se autopublicar". Tal abordagem ganhou espaço com as publicações digitais. Elas invadiram o cenário com força total. A verdade é que o "e-book" deu novo perfil ao mercado, transformando em realidade o sonho de muitos novos autores como eu. Isso porque além da dificuldade em se obter uma séria análise do nosso original (já postei isso aqui) por meio das editoras comerciais, caso o único caminho seja a publicação sob demanda, temos ainda que lidar com os altos custos de impressão, distribuição e divulgação. Ora, não concordo com tal afirmação. Parece algo restritivo. Por que excluir o que se desconhece? Para muitos iniciantes, o único caminho é se autopublicar. Não são poucos os exemplos de autores nacionais que precisaram custear seus primeiros originais para serem reconhecidos. Talvez, o fato de se ter um meio mais fácil, menos custoso e menos burocrático de se publicar esteja incomodando os que lucram com o sonho de quem resolve dar “corpo” ao seu livro. A maioria das editoras ganha muito em cima de quem está começando e há por aí empresas que se disfarçam de comerciais (“tradicionais”), negando o status de sob demanda, quando, na realidade, aproveitam a vontade de um autor iniciante de ver seu livro impresso para cobrar um preço unitário absurdo através de um suposto selo nacional (disfarçado de oportunidade única) e usurpar seus direitos autorais através de um contrato sem pé nem cabeça. Para muitos, virou “festa” falar de novos autores nacionais e agitar a bandeira da democratização da publicação. Quem entrou nesse meio, sabe bem do que estou falando. As promessas são muitas e as ações quase invisíveis. E dar vida ao livro vai depender unicamente do autor, assim como se faz na publicação independente. Por isso, sou a favor da autopublicação. E de qualquer outra forma de expressar a arte que fuja dessa máfia de aproveitadores disfarçados de mecenas. Quem tem que avaliar as obras e os artistas é o público. A inspiração não tem preço ou condição, sabemos disso. Não se força criatividade. O que podemos fazer é aprimorar nossa escrita, ler muito e sempre, estudar e corrigir nossas falhas. E, principalmente, encontrar o melhor caminho para alcançar o leitor, cada um dentro dos recursos que possui.

11 comentários:

  1. Sou poeta e escritor, concordo plenamente a Bruna, minha grande amiga e fabulosa pessoa. Há muitos interesses escabrosos antes do interesse da arte, do belo e da sensibilidade. A autopublicação é uma espécie de libertação dos escritores exaustos porque tanto imploraram nas portas das grandes editoras, mas que hoje estão realizando seus sonhos.
    Parabéns Bruna pelo seu blog.
    Que todas as luzes do alto infinito, sempre ilumine suas inspirações.

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  2. Concordo com você e vou colocar minha opinião como leitora assídua que sou.
    Acredito que essas novas mídias – e-book e outros que estão surgindo, vem possibilitando que mais pessoas tenham acesso a leitura. Eu apoio!

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  3. Publicação por meio de uma editora ou publicação independente, parece não haver muita diferença. O sucesso de um título depende muito mais do autor do que qualquer outra coisa. Vejo gente se autopublicando fazendo mais sucesso e tomando mais espaço do que o autor publicado por editoras. Estas precisam trabalhar mais o status de divulgação. Ser feito um trabalho antes qualitativo do que quantitativo. Do que adianta um selo publicar inúmeros livros se eles ficam escondidos na livraria pegando poeira na estante nacional pouco visitada?

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  4. Pena que vc não colocou o link da infeliz matéria que leu sobre "não se deve autopublicar".
    Como vc já disse tudo sobre isso no final da sua postagem, vou nos poupar dos meus xingamentos a tal babaca aproveitador.
    Quero saber qual lei dos homens ou de Deus que me impede de levar a público o que eu quero, o que faço e o que é meu! Para alguém ter uma postura dessa, de dizer o que deve ou não deve o outro fazer, ou é o espertalhão que pensa em ganhar dinheiro às custas dos outros ou é um infeliz que não tem o que fazer e acha que o mundo se importa com sua opinião mesquinha.
    Sim, continuaremos nos autopublicando, quer queiram os babacas de plantão ou não. E ouso afirmar que os dias dos espertalhõezinhos estão chegando ao fim... logo serão as editoras que implorarão para que os autores publiquem com elas. Essa mafiazinha fajuta de gráficas-editoras está com seus dias contados. Basta que os ipads se popularizem e sites como o Amazon entrem com tudo no Brasil.
    Um dos editores da Tarja teve o descaramento de me dizer, pelo Facebook, que os autores brasileiros são arrogantes em enviar originais para as editoras sem antes passar por um revisor profissional e um leitor crítico! Isso não é trabalho da editora fazer?
    Até mesmo essas editoras que dizem bancar tudo querem a coisa mole, com a maior parte do trabalho já feito e PAGO pelo autor, depois é só mandar para uma gráfica do tipo Clube de Autores o original e fica tudo bem... note, por exemplo, que os livros vendidos por essas pequenas editoras (Tarja, Draco, Dracaena, Underworld etc) é o mesmo praticado pelo Clube.
    Chega de sustentar vagabundo oportunista!
    AUTOPUBLICAÇÃO SIM! E quem ACHA que o autor não deve fazer isso, que PAGUE ele mesmo todo o serviço, camuflando uma autopublicação de "publicação por editora tradicional".
    Que venham PAGAR as minhas contas para depois vir me dizer o que DEVO ou não fazer!

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    1. Pat Kovacs. Como vai?
      Maria Helena Mota - Portugal.
      Li todo o artigo e também o seu comentário e adorei ambos. Fazendo minhas as suas palavras vou-lhe contar um pouco da minha odisseia. Publiquei dois livros um deles no Brasil. Paguei uma pequena fortuna a uma editora "Print On Demand". Meu livro - sem eu saber de nada - esteve em vários sites e num deles estava copiado para ser lido gratuitamente. Não sei quem o copiou. A verdade é que esteve lá durante 20 meses. O contacto com essa editora tinha terminado há muito e nunca recebi um real. Não sei se houve vendas ou não.
      Os dois estão em formato digital à venda no site Xinxii, um site alemão.
      Aquela frase "não se deve autopublicar" foi de muito mau gosto e concordo plenamente que o autor possa publicar sem burocracias pelo meio. Sei que o maior trabalho começa depois da publicação. É preciso divulgar, divulgar, divulgar. Eu não conheço nada sobre estratégias de Marketing e, por isso - penso - não tenho vendido. E também não posso pagar anúncios. Enfim!
      Um dos meus livros é de contos de Natal e o outro são pequenas histórias de ficção e do quotidiano. Também tenho um blog, estou inscrita em várias redes sociais mas não tenho vendido. Talvez seja um género de literatura que não vende mesmo. Estou um pouco desiludida com as vendas mas, apesar de reconhecer que há autores brilhantes, e que a minha escrita é muito simples, gosto muito de escrever. Enfim. Desculpe o grande comentário.
      Tenha uma boa semana.
      Abraços.

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  5. Concordo plenamente com você! Que caminho resta aos novos autores - e tem muita gente de peso entre eles - que não podem arcar com preços altíssimos de uma publicação "tradicional" e não recebem sequer um olhar casual das editoras grandes, as que publicam sem custo? Resta duas opções: 1- deixar as obras engavetadas e esquecidas de tudo e todos; 2- publicá-las ele mesmo, contando com todos os meios que tiver às mãos para divulgá-la.

    Essa segunda iniciativa é mais louvável e sensata. Mesmo que ele publique em um blog ou numa editora sob demanda (como eu faço), ou apenas em postagens ocasionais em comunidades... é melhor que deixar os trabalhos que ele criou tão carinhosamente esquecidos para sempre, numa gaveta, num cd, dentro do computador...
    Abraços!
    :)

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  6. Existe, de fato, uma máfia que dita as regras do mercado literário. Nós, independentes, somos a reação. Nossa luta é legítima e opiniões absurdas como essas só servem para nos unir.
    Bruna, parabéns pelo belo blog.

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  7. Aliás, sob muitos pontos de vista, descobri que a autopublicação é muito melhor.
    É a liberdade propriamente dita.

    Parabéns pelo belo texto.

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  8. Concordo! A publicação por editoras no Brasil está cada vez mais difícil =s Ótimo texto!

    Bjs

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  9. O Natal está chegando, e para você que pretende presentear uma pessoa querida e especial, uma boa opção é o livro: “NO ESPÍRITO DO NATAL”, do autor e dramaturgo machadense Robson Leal Pereira, com prefácio escrito por Cônego Walter M. Pulcinelli.
    O livro encontra-se à venda na Livraria Ágape (antiga Livraria Católica), na esquina da Rua Dom Hugo com a Joaquim Floriano, pelo valor de R$ 10,00.
    Contato:
    Robson Leal Pereira
    Caixa Postal, 010
    37750-000
    Machado-MG
    (35) 9119-6723
    machadocultural@gmail.com

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  10. Olá!
    Eu acredito também quema a autopublicação oferece novas chances aos autores independentes ou autores "indie", como são chamados nos EUA). Eu mesma publiquei um livro infantil em forma de e-book, e por eu não ser uma autora conhecida, editoras "tradicionais" não queriam me dar esta oportunidade, além do preço, que é altíssimo.
    Publiquei recentemente no www.xinxii.com/pt, e eles ainda distribuem através da Amazon e da Kobo (com a Livraria Cultura). Posso dizer que está sendo muito bom o meu retorno!
    Sucesso para todos nós!
    Verônica Lemos

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